segunda-feira, 25 de julho de 2011

Discurso solto...

No outro dia parei a ver um propgrama na MTV sobre mães adolescentes. Um dos casais que tinha a seu cargo um filho, estava a separar-se... mas de uma forma muito pouco amigável, com insultos, empurrões e muita mágoa (muito fruto da imaturidade...). Estarreci tal era a cena, e dei por mim a pensar como é que um casal que em tempos se amou (não sei se foi o caso ou não porque nunca os havia visto, mas vá, que se gostou...), que tem em comum um bebé chega a este ponto? bem sei que a linha entre o amor e o ódio é ténue, mas aquilo impressionou-me. Já sei que são adolescentes e tal e coisa, mas ainda assim... sendo certo, ainda, que todos sabemos que um episódio destes muito frequentemente acontece com adultos, muitos deles com formação e atitudes (aparentemente) do mais correcto que há. Adiante. Faz-me confusão pensar que podemos não conhecer verdadeiramente a outra pessoa a quem demos tanto, sim, porque não quero acreditar que algum deles soubesse que o outro era capaz de lhe provocar (propositadamente) tanta dor, de lhe dizer as coisas mais horríveis num momento menos bom, no caso numa fase de ruptura. O sentimento pode desvanecer mas ter comportamentos agressivos para com a outra pessoa, chegar a um extremo da falta de respeito para com o outro, impressiona-me. E isso levou-me a outra questão... como é que aqueles dois seres, do mais imaturo e irresponsável que há, podem educar uma criança?? e quem diz aqueles dois, diz outros dois, independentemente da idade, mas numa situação semelhante... como é que conseguirão transmitir-lhe valores, uma moral irrepreensível, alguns princípios? Não é preciso um doutoramento para se perceber que sujeitar uma criança a gritos, confrontos e a um ambiente verdadeiramente hostil não representa nada de bom e só a prejudica. E tudo isto me conduziu a uma outra problemática que se prende com o aborto. Sou católica e sempre fui contra, porém, foi depois de ter sido mãe que comecei a ver a questão sobre outro ponto de vista. Ser mãe/pai não é fácil... bem sei que a maioria das pessoas tem essa noção, no entanto, acreditem quando digo que só se tem verdadeiramente percepção do quão árduo é quando se é mãe ou pai efectivamente. E com isto quero dizer que TUDO muda e nem sempre, por mais vontade que até se tenha de dar vida a um ser, se é capaz. É por saber como é exigente que mudei de perspectiva. É preciso estar-se muito ciente de tudo o que implica ser mãe/pai, porque se ganha muito muito, mas ninguém se iluda, também se abdica de muitas coisas e por isso, é premente fazer-se uma ponderação sobre aquilo que é verdadeiramente importante, em que ponto estamos e ter-se uma base fortíssima, não falo só enquanto casal, mas também a nível familiar no seu todo e sobretudo a nível individual. E eu sei do que falo, as Marias não foram planeadas, mas foram muitíssimo desejadas e estejam certos de que esta foi uma decisão deveras pensada. 
Tudo para dizer que me fez imensa confusão ver adolescentes a quem os pais proibiram de ver os próprios filhos porque não eram capazes de cuidar de si mesmos quanto mais de um bebé. Impressionou-me ver a dor de algumas miúdas (porque o são) a entregar os seus filhos para adopção mesmo estando certas de que seria o melhor, em especial para a criança (e para mim, isso é muitas vezes uma prova de amor, de crescimento e na maioria dos casos, fruto de um diálogo aberto com um adulto). Contudo, chocou-me essencialmente, ver adolescentes com bebés ao colo a gritar com as suas mães porque se julgam no direito de sair com os amigos e ficar fora uma noite inteira na borga sem dramas, sem a pergunta do podes tomar conta por umas horas, como se  não tivessem sido mães há dois/três meses, como se nada tivesse mudado. Lamento tanto que não tenham sabido viver conscientemente a adolescência e que não saibam usufruir do dom que é ser mãe/pai. Lamento mesmo...

2 comentários:

  1. É um dos grandes dramas de hoje em dia. Cada vez mais se vêm adolescentes serem pais sem a grande maioria ter capacidade para tal, seja económica, social, familiar e pessoal/individual. Infelizmente esse tipo de cenas é tão recorrente que me entristece profundamente. *

    ResponderEliminar
  2. Joana Freitas Santosquarta-feira, 27 julho, 2011

    Confesso que o assunto do dia (que tem sido uma constante) no cafézinho que vamos tomar ao fim de semana, tem sido: como é que é possivel alguém que se amou e, por exemplo, se casou, se passa a odiar ? Como é que é possivel passar do amor ao desamor tão rapidamente... ?

    ResponderEliminar