A primeira vez que ouvimos o termo ainda as M&M's estavam na neonatologia. Uma enfermeira perguntou-nos se elas iriam dormir no mesmo berço e nós respondemos negativamente. Consideramos, desde cedo, que cada uma delas deveria ter as suas coisas, o seu espaço, o qual se traduzia, por ora, em camas diferentes. Contudo, essa mesma enfermeira, cuja tese que preparava era precisamente sobre o tema, referiu que o co-bedding tinha inúmeras vantagens, sobretudo quando posto em prática com gémeos. Não sabia, nunca tinha ouvido falar e por isso, fui averiguar.
Descobri que esta é uma prática comum nos EUA, inclusivé em hospitais e que de facto, estreita ainda mais os vínculos entre irmãos, assim como entre pais e filhos.
Chegados a casa concluímos que elas eram, efectivamente, muito pequeninas e que não era má ideia dormirem juntas, até porque não seria desconfortável atendendo ao espaço disponível.
O acentuar laços e o facto de termos de nos deslocar até apenas um berço durante a noite pareceram-nos bons motivos e portanto, durante alguns meses assim foi. Porém, após um valente susto decidimos que não seria pior deixá-las dormir (temporariamente...) na nossa cama.
A ideia era acalmarmo-nos, voltarmos a ganhar a confiança, entretanto, perdida. Percebermos que tudo não tinha passado de um susto e no espaço de uma semana, duas (pensavamos nós) elas estariam de regresso ao berço.
Do co-bedding transitamos para o family bed... se inicialmente tê-las na mesma cama não foi sequer opção, depressa passamos para o outro extremo e estavamos a dormir os 4 no mesmo poiso... melhor, estavam as duas a dormir na nossa cama, porque eu dificilmente prego olho e o pobre do pai mal tem espaço para se esticar...ele dorme aos pés da cama e eu vou dormitando, sem me mexer, com receio de as magoar e com muito medo que algo de idêntico ao sucedido volte a acontecer.
Os dias foram passando, as semanas também e hoje, um mês depois, descobri que graças a este conceito existem casos de crianças com 13(!) anos que ainda dormem com os pais! isto já não me parece de todo salutar, nem propício a favorecer a ligação entre uns e outros nem coisa nenhuma. Faz-me só espécie.
Tudo isto para dizer que se calhar é melhor voltar à ideia inicial: cada um no seu poleiro.
Parece-me preferível adormecer a olhar para a câmara de vigilância e levantar-me trezentas vezes durante a noite a ter que expulsar as minhas filhas da nossa cama quando elas forem enormes, com dramas, choro e ranger de dentes à mistura.
Tudo isto para dizer que se calhar é melhor voltar à ideia inicial: cada um no seu poleiro.
Parece-me preferível adormecer a olhar para a câmara de vigilância e levantar-me trezentas vezes durante a noite a ter que expulsar as minhas filhas da nossa cama quando elas forem enormes, com dramas, choro e ranger de dentes à mistura.
Como dizem aqueles pacotinhos de açúcar: "um dia vou mudar, hoje é o dia"...