Lembro-me bem deste dia. Lembro-me de ter tido alta e de ter voltado para casa ainda sem conhecer as suas carinhas e na esperança de as conseguir manter em mim por mais umas semanas... Bem se vê que este meu desejo não foi atendido.
Lembro-me tão bem do que fiz, dos nossos planos, de todos e cada instante.
Recordo, contudo, com uma emoção imensa, e tão especial, cada instante daquela quinta-feira... das nossas mensagens. Do meu sono, da tua espera, da minha écharpe suspensa em ti, dos pedidos para que fosses descansar... da família toda a mimar-nos.
Recordo-me de vos imaginar, de ansiar por sentir o vossos cheiro, a vossa respiração e finalmente dar rosto às duas pessoas que eram já as mais importantes da minha vida.
Hoje, e quase dois anos volvidos, há tanto para dizer... tanto sentimento, entrega e luta.
Há dias de um cansaço tremendo (a grande maioria dos dias... esta é a nossa pura verdade), aliás, venho-me perguntando como conseguiremos lidar com mais uma boa e séria dose de birras... a MF já nos desgastou tanto a esse nível... as birras a duplicar e em simultâneo começam e ter lugar e é ver-nos a desesperar... a pedir clemência... a duvidar das nossas capacidades enquanto pais e educadores. Dúvidas sobre a nossa sanidade.
E depois no meio de uma gigante confusão, de um enorme desgaste, lá surgem aqueles sorrisos, aquelas meiguices, aquelas frases, aqueles olhares... que nos fazem ter a certeza que vale a pena (vale tanto a pena)... e por instantes esquecemos como é difícil.
Que vocês jamais esqueçam e sempre saibam que são muitoooo amadas.