terça-feira, 29 de março de 2011

Co-bedding

A primeira vez que ouvimos o termo ainda as M&M's estavam na neonatologia. Uma enfermeira perguntou-nos se elas iriam dormir no mesmo berço e nós respondemos negativamente. Consideramos, desde cedo, que cada uma delas deveria ter as suas coisas, o seu espaço, o qual se traduzia, por ora, em camas diferentes. Contudo, essa mesma enfermeira, cuja tese que preparava era precisamente sobre o tema, referiu que o co-bedding tinha inúmeras vantagens, sobretudo quando posto em prática com gémeos. Não sabia, nunca tinha ouvido falar e por isso, fui averiguar.
Descobri que esta é uma prática comum nos EUA, inclusivé em hospitais e que de facto, estreita ainda mais os vínculos entre irmãos, assim como entre pais e filhos.
Chegados a casa concluímos que elas eram, efectivamente, muito pequeninas e que não era má ideia dormirem juntas, até porque não seria desconfortável atendendo ao espaço disponível.
O acentuar laços e o facto de termos de nos deslocar até apenas um berço durante a noite pareceram-nos bons motivos e portanto, durante alguns meses assim foi. Porém, após um valente susto decidimos que não seria pior deixá-las dormir (temporariamente...) na nossa cama.
A ideia era acalmarmo-nos, voltarmos a ganhar a confiança, entretanto, perdida. Percebermos que tudo não tinha passado de um susto e no espaço de uma semana, duas (pensavamos nós) elas estariam de regresso ao berço.
Do co-bedding transitamos para o family bed... se inicialmente tê-las na mesma cama não foi sequer opção, depressa passamos para o outro extremo e estavamos a dormir os 4 no mesmo poiso... melhor, estavam as duas a dormir na nossa cama, porque eu dificilmente prego olho e o pobre do pai mal tem espaço para se esticar...ele dorme aos pés da cama e eu vou dormitando, sem me mexer, com receio de as magoar e com muito medo que algo de idêntico ao sucedido volte a acontecer.
Os dias foram passando, as semanas também e hoje, um mês depois, descobri que graças a este conceito existem casos de crianças com 13(!) anos que ainda dormem com os pais! isto já não me parece de todo salutar, nem propício a favorecer a ligação entre uns e outros nem coisa nenhuma. Faz-me só espécie.
Tudo isto para dizer que se calhar é melhor voltar à ideia inicial: cada um no seu poleiro.
Parece-me preferível adormecer a olhar para a câmara de vigilância e levantar-me trezentas vezes durante a noite a ter que expulsar as minhas filhas da nossa cama quando elas forem enormes, com dramas, choro e ranger de dentes à mistura.
Como dizem aqueles pacotinhos de açúcar: "um dia vou mudar, hoje é o dia"...

5 comentários:

  1. Olá minha querida, li o que disseste com muita atenção... realmente penso que tens razão... Mesmo que por enquanto possam as M&M dormir juntinhas, penso que dormir com os papas não será um bom precedente... pelo menos já ouvi histórias semelhantes... e os papas têm que ganhar a confiança e acreditar que tudo não passou de um (embora grande!) susto! **** (4 beijinhos)

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  2. Na verdade sei bem que tu dificilmente pregas olho e o "pobre do pai mal tem espaço para se esticar". No entanto, e apesar dos laços que elas tendem a criar entre elas por dorimrem juntas, não me parece que a bed family seja uma boa hipótese. Se pensares bem, também não dormimos juntas - exceptuando noites que morria de medo por causa de eventuais fantasmas -, e temos óptima relação e sabes bem que não vivia bem sem ti, sis. ;) beijinho

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  3. Pois é, nem tudo é tão bom assim, nem tão mau quanto às vezes aparenta ser, como bem sabes. Apesar dos dilemas e complicações que tive e passei para te transitar para os teus aposentos, sempre ficaram aqueles momentos que passamos juntas, agarradinhas nos dias frios e chuvosos, em que o pai não estava. O pior foi quando foi preciso impôr outras regras que não compreendias. Hoje já as entendes. Contudo, desses tempos ficaram estreitos laços e eterna cumplicidade que nos une muito mais como mãe e filha e que perduram para todo o sempre.Mami.

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  4. Antes de mais, obgda a tdas pelos comentários! Joana: temos de facto, que readquirir a confiança perdida.
    Sis: Adoro-te...
    Mami: Obgda por estares sempre tão incrivelmente presente! sem ti esta caminhada seria bem mais dificil... para além de uma mãe extraordinária tens sido uma avó para lá de exemplar! love you!!

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  5. :) só tenho uma mas compreendo-te tão bem! Ela esteve doente e nós transitamos a Sabrininhas para o nosso meio (tinha frio e tal e miminho) mas agora voltará para a sua caminha. Custa-nos mais a nós que a eles, disso tenho a certeza. Cada um no seu poleiro é mesmo essencial :)

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